Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

NOSRAT RAHMÂNI

( IRÃ )

 

Nascido em 1929 e falecido em 2000, Rahmâni viveu uma época de grandes eventos sociopolíticos e nacionais globais. Sua obra, portanto, não é alheia ao fator social, inclusive buscando abordar a pobreza mundial em escala global.

 

POESIA SEMPRE –No. 32 – Ano 16 – 2009. Poesia contemporânea do Irã.  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2009.  Editor: Marco Lucchesi.  Capa: Rita Soliéri Brandti. ISSN 9770104062006.
Ex. biblioteca de  Antonio Miranda.
 

 

Flor de ópio

No aroma quente do raio de sol das planícies do Oriente,
Lá onde o trigo cresce para o homem,
Esse grão dourado do ser,
Força de vida para a humana vida,
Lá, conta-se,
Cresce também o veneno em flor,
A papoula.
Faz-se eterno escravo seu todo aquele que a cheira
Uma só vez, e do ser se enfastia.

Remédio  para todo sofrimento,
Remédio para a morte,
Remédio para a vida,
também é sofrimento sem remédio.

Ambas as plantas sacrificam-se para que os homens tenham o
Bem e o Mal.
Uma é um dom de Deus,
A outra, um presente de Satã.
No aroma quente do raio de sol das planícies no Oriente,
Lá, onde cresce a flor do sentir dos versos,
Pois eles, os poetas, sacrificam-se
Para que o homem
Posa lavar da dor a mácula de suas roupas,
Como o grão de trigo,
Sacrificam-se para que os homens sejam livres,
Para que a roda da vida continue a girar,
Para que a humanidade orgulhosa não acenda
A ira de Deus.
A partir daqueles dias, daquelas noites, daqueles tempos,
Passam coisas após coisas e vão-se dias após dias
Até que nasça o nosso dia.

Nenhum outro caminho conduz da escuridão tirânica,
Daquela colheita cega,
À fonte do sol.
Do alimento das espigas
Não restou mais do que palhas.

Nas planícies do vento.
Peste ao invés de raios derramou o sol;
E o próprio Satã colheu a papoula das mãos de Deus.

Não é culpa nossa.
Nenhum caminho conduz à fonte do sol.
E todo camponês que um dia plantou bem sabe
Que não resta refúgio
Senão dormir e esquecer e calar.

Tradução de JULIANA P. PEREZ


Blasfêmia

Dizei, ó Deus, se alguma vez beijastes
Lábios carmins de uma mulher em êxtase?
Dizei-me, já tremestes de desejo
E as flores de seu corpo já trocastes?

Dizei-me, ó Deus, alguma vez tremestes
À vista do altar de olhos desejosos?
E já sentistes o pulsar do sangue
No escuro abismo de seios como estes?

Ó Deus, dizei-me, fostes já forçado
A seguir esquifes negros, a olhar
Sangue nos próprios olhos embotados
Em vez de ver a luz dos olhos seus?

Ah, se tivésseis amado um só dia,
E o coração perdido, como o meu.
Vossa escolha em outro Deus recairia,
Deus sem Deus, que outro Deus adoraria.

Tradução de JULIANA P. PEREZ

 
*
VEJA e LEIA outros poeta do IRÃ em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesiamundialportugues/poesiamundialportugues.html

Página publicada em junho de 2025.


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar